Olho que tudo e nada vê...

Olhares por toda parte, não?!
Vê-se o que quer, mas não o que precisa. Eis o olhar condicionado.
O olhar pode por muitas vezes ludibriar...ninguém vê ao certo...! (Cegueira generalizada...Será que o mundo está de catarata?!)

Na verdade, o que nos faz enxergar (perceber e 'ler' o que é visto) não é o olho, mas o cérebro. É ele quem dá sentido ao nosso olhar, juntamente com a nossa subjetividade. Os olhos só vêem, não enxergam (parando para analisar, a massa humana vive na cegueira da razão, da sensibilidade)...
A visão interior se desenvolve quando diminuída a visão aparente.
O real está ali (ou não), sendo que cada um capta o que lhe é possível a partir da sua "abertura cognitiva" (permita-me dizer assim pelo fato de que, os 'bloqueios mentais' ocorridos por frustrações ou alegrias induzem a captação perceptiva e cognoscente de cada qual, limitando sua visão). Somos criaturas emocionais, então nossas percepções, sensações e experiências são carregadas de emoção pessoal. A visão é alterada por sentimentos fortes. Numa mesma situação, você estando triste ou revoltado pode não perceber sutilezas do meio, achar que o sol é forte demais e acreditar que todas as pessoas são desprezíveis; seu coleguinha, num estado de satisfação pessoal, em alegria, pode achar que você é um dramático e não aceita conceber a idéia de que você seja uma anta o suficiente para não ver que o sol está brilhando e chamando para uma linda praia (de preferência a Amaralina) para sorrir para as pessoas (seres humanos ansiosos pela relação interpessoal).
Os olhos são a janela da alma...
O ponto de vista, trazido pela configuração mental e emocional, é que move o interno.E você 'vê' o que carrega em sua história vivida dentro de si.

Por isso, é essencial tentar olhar o meio e a vida com olhos de uma criança... Criança que não tem conceitos pré-estabelecidos, que aprecia e observa as coisas como se tivesse sempre vendo pela primeira vez, se deliciando e reconfigurando sempre... Aberta para ver, enxergar, entender, aprender, vivenciar e palpitar...
A superabundância de imagens no cotidiano nos aliena a tal ponto, que somos incapazes de prestar atenção, de nos emocionarmos com a imagem. Não conseguimos ser mais comovidos pelas coisas simples, mas pelas extraordinárias.
É preciso comprar a idéia de sua vista, porém consciente de que você pode estar numa doce ilusão, para que não caia fatalmente... Tome como exemplo um deficiente visual, que pode enxergar além do que o que possui visão intacta. A visão é uma questão de escolha, e é um risco.
Pensemos na sutileza: O ato de ver e olhar não se limita simplesmente a olhar para fora, não se limita a olhar o visível, mas também o invisível (tanto para o lado bom como para o ruim).
Sei que muitas vezes é melhor nem 'ver' , para não sucumbir (eu faço isso várias vezes, para não sentir o que não quero). Porém é ideal enxergar além do que os olhos podem ver.
Um olhar pode mudar uma história ou vidas (para a morte, para a vida ou para UM VEGETAL - hehehe).