Nós, Delirium

"Ela já não era mais Deleite, e as pétalas já haviam começado a cair em seu domínio, se tornando cores viscosas e amorfas, e não havia ninguém com quem ela pudesse conversar…
Então ela foi vê-lo.
Ela se lembra da luz brilhando dourada na sua barba e nas suas sobrancelhas. Ele colocou seu braço envolta de seus ombros, lá permaneceram, em cima da colina (por que isto era na Terra nos dias de seu amanhecer, e até mesmo nesta época ele já passava muito tempo por lá).
E ele disse: “Del, está tudo bem”.
E então se calou e ela começou a gargalhar incontrolavelmente. Ele não disse nada, apenas a segurou até que ela retomasse o controle mais uma vez.
Eles assistiram o pôr do sol por um tempo.
E então ele disse: “Del, as coisas estão mudando”.
E ela sabia que era verdade e não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.”
(Delírio dos Perpétuos)


*Nós, Delirium humanos...
E o silêncio de um abraço ou o "eu vou ficar aqui perto de você" ( a segurança que ansiamos do ESTAR, que trazemos desde a infância, selada por nossos pais - ou seres semelhantes a esses - quando dizem "Vai ficar tudo bem, eu estou aqui" mesmo não podendo fazer nada) podem acalmar "torrentes de águas" internas...
Sem mais palavras...!