Nós, Delirium

"Ela já não era mais Deleite, e as pétalas já haviam começado a cair em seu domínio, se tornando cores viscosas e amorfas, e não havia ninguém com quem ela pudesse conversar…
Então ela foi vê-lo.
Ela se lembra da luz brilhando dourada na sua barba e nas suas sobrancelhas. Ele colocou seu braço envolta de seus ombros, lá permaneceram, em cima da colina (por que isto era na Terra nos dias de seu amanhecer, e até mesmo nesta época ele já passava muito tempo por lá).
E ele disse: “Del, está tudo bem”.
E então se calou e ela começou a gargalhar incontrolavelmente. Ele não disse nada, apenas a segurou até que ela retomasse o controle mais uma vez.
Eles assistiram o pôr do sol por um tempo.
E então ele disse: “Del, as coisas estão mudando”.
E ela sabia que era verdade e não havia nada que ele pudesse fazer a respeito.”
(Delírio dos Perpétuos)


*Nós, Delirium humanos...
E o silêncio de um abraço ou o "eu vou ficar aqui perto de você" ( a segurança que ansiamos do ESTAR, que trazemos desde a infância, selada por nossos pais - ou seres semelhantes a esses - quando dizem "Vai ficar tudo bem, eu estou aqui" mesmo não podendo fazer nada) podem acalmar "torrentes de águas" internas...
Sem mais palavras...!


2 comentários:

  1. Muito inteligente e sensacional a forma de descrever um abraço...O "silencio" que abita nesse momento descrito, mais que diz muito, como um simples palavra ESTAR.

    Ass. Luiz Felipe seu fan

    ResponderExcluir
  2. Um abraço pode dizer muita coisa e curar um mundo interno.

    ResponderExcluir